O que é o “Pacote de Belém” da COP30: 29 documentos que moldam o futuro climático
Após 13 dias de negociações, 195 países aprovam um conjunto histórico de decisões que estipula novas metas e mecanismos para adaptação, justiça climática e proteção florestal.

24/11/2025 - 09:11

O “Pacote de Belém” foi oficialmente aprovado na COP30, em Belém (PA), por 195 países, reunindo 29 documentos por consenso. Esses textos abordam temas centrais como transição justa, financiamento da adaptação, comércio, gênero e tecnologia.

Uma das principais conquistas do pacote é a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF / Tropical Forests Forever Facility), que prevê pagamentos a países que preservam suas florestas tropicais. O fundo já mobilizou cerca de US$ 6,7 bilhões, segundo os organizadores — e a ideia é que os investidores recuperem o dinheiro com retornos compatíveis com taxas de mercado, enquanto contribuem para a preservação das florestas.

O pacote também reforça o financiamento climático, com o compromisso de triplicar os recursos para adaptação até 2035, especialmente para países em desenvolvimento.  Para isso, foi criado um “mecanismo de transição justa”, que busca garantir que a passagem para uma economia mais sustentável envolva justiça social, técnica e econômica.

No aspecto social, o plano inclui um Plano de Ação de Gênero para promover a participação de mulheres — especialmente indígenas, rurais e afrodescendentes — em políticas climáticas, oferecendo mais suporte orçamentário, capacitação e reconhecimento. Também há o que foi chamado de “Decisão Mutirão”, que reforça a mobilização contínua dos países para transformar as promessas em ações concretas, estimulando a implementação rápida dos compromissos climáticos. 

Por outro lado, uma meta importante ficou de fora: o chamado Mapa do Caminho para a saída de combustíveis fósseis, prioridade para o Brasil, não foi aprovado como parte desse pacote.  As negociações sobre esse tema deverão continuar, segundo os representantes brasileiros.